O DIA DO JOVEM TRADICIONALISTA?
OS OITO MAGNÍFICOS
Então, Porto Alegre decide erguer um Panteon para
abrigar os gloriosos despojos dos heróis farroupilhas. Os
restos de Bento Gonçalves já estavam honrosamente
guardados na base do monumento erguido na cidade de
Rio Grande, mas David Canabarro estava quase
esquecido em Santana do Livramento. Em Porto Alegre,
um moço do colégio Julio de Castilhos, filho de
Livramento, procurou a Liga de Defesa Nacional e se
ofereceu para organizar um piquete gauchesco para dar
escolta a cavalo ao féretro de David Canabarro, que vinha
para inaugurar o anunciado Panteon. Recebida a
autorização, João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes (alto,
esguio, dinâmico, a perfeita imagem do gaúcho campeiro)
saiu por Porto Alegre a catar companheiros para a
aventura, arreios e cavalos.
Assim, no dia 5 de setembro de 1947, ele montou
garbosamente com mais sete companheiros, arrancando
aplausos da multidão ao longo da avenida Farrapos, até a
Praça da Alfândega, onde o desfile fez uma parada
estratégica. Eles ficariam na história como os Oito
Magníficos, os verdadeiros iniciadores do Movimento
Tradicionalista. Na Praça da Alfândega chega a Paixão
Côrtes um moço de Piratini chamado Luis Carlos Barbosa
Lessa, que tem nas mãos um caderno com adesões
apoiando a fundação de uma associação tradicionalista.
Ao saber que os Oito Magníficos se diziam
estudantes do Colégio Estadual Julio de Castilhos, ele,
também se declara aluno do Julinho. Logo aparece um
moço poucos anos mais velho, de óculos. Ao
cumprimentar Paixão Côrtes pela iniciativa, ele disse seu
nome: Glaucus Saraiva. Sorrindo, Paixão Côrtes retruca:
"mas tu és o poeta autor do Chimarrão, que eu declamo!".
Assim se reuniu, meio por acaso, a Santíssima Trindade
do tradicionalismo gaúcho: Paixão, o dínamo propulsor,
Lessa, o estudioso, o grande teórico, Glaucus, o
organizador e disciplinador.
Fonte:
Memorial do Rio Grande do Sul
Caderno de História, nº 22
Antonio Augusto Fagundes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário